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Não por palavras mas essencialmente por atitudes!

17 de janeiro de 2014 5 comentários

igreja estragada

“Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade. Assim saberemos que somos da verdade; e tranquilizaremos o nosso coração diante Dele quando o nosso coração nos condenar. Porque Deus é maior do que o nosso coração e sabe todas as coisas.” (1 João 3:18, 19, 20)

Acredito que a Igreja iniciada em Jesus Cristo, ao longo de sua existência, sempre foi alvo de ataques constantes pelo poder maligno, e que nos dias atuais, mesmo com a falaciosa ideia de seu progresso, não é e não será menos confrontada.

Como na obra de Charles Swindoll intitulada “A Igreja Desviada“, onde o autor se refere a constantes e fulminantes ataques de natureza externa e interna, percebo que, ao passo que discursamos sobre um suposto progresso do cristianismo, paradoxalmente mais nos afastamos do poder autêntico que Deus nos confiou na propagação da verdade do evangelho e visão de Reino. Quanto mais discursamos nossa proximidade à Ele, mais orgulhosos, insensíveis e ineficazes nos tornamos.

Com discursos moralistas de que devemos olhar somente para o alvo, esquecemo-nos de meditar seriamente “o que é o alvo, ou onde está verdadeiramente localizado este alvo” (ver cap. 1 da Primeira Epístola aos Tessalonissenses). Na realidade, desde a institucionalização começada a partir de Constantino, a Igreja verdadeira (invisível) vem sendo ameaçada, sufocada e sutilmente inclinada à se estruturar e agir conforme o judaísmo farisaico, com seus discursos de triunfalismo apocalíptico e um orgulho sem igual. Swindoll cita um livro intitulado Snakes in Suits [ Cobras de Terno], cujo subtítulo é “Quando os psicopatas vão para o trabalho”.  Aqui ele faz inferência àqueles sociopatas que intentam se projetar às custas dos outros, sem trabalhar duro. Cuidado com esses espíritos, pois eles não somente estão por aí pelo mundo, na política e soltos na sociedade, mas também infiltrados dentro de instituições religiosas, inclusive cristãs. Eles são comparados à vampiros que tentam sugar o sangue que Jesus Cristo nos legou na cruz do calvário, tentam anular os ensinamentos os quais nos foram direcionados pelo Espírito de Deus. É como se fossem os “Judas Iscariotes”, que se infiltram no meio dos cristãos durante um longo tempo, impregnando a boa consciência do corpo de Cristo, com discursos autoritários, coletivizantes e moralistas, mas que não movem um só dedo para propagar a boa semente do evangelho, que é o compromisso individual em amor pelos irmãos. São falsos profetas, que não nasceram de novo, mas que forçosamente usam de astúcia, sutilezas e malícia para enganar até mesmo os escolhidos, quando distraídos e hipinotizados. Têm forma de piedade (2Tm 3:4-5) e falsa humildade (Cl 2:18), contando detalhadamente suas visões, e sua mente carnal os tornam orgulhosos (Cl 2:19). Fazem-se de juízes e mediadores “fazendo-nos submetermo-nos a regras como: Não manuseie!, Não prove!, Não toque!” (Cl 2:20-22). Mas na hora de trabalhar no Reino, são os primeiros a se ocultarem, e ficam assistindo a tudo em cima do muro. Muitos têm se espelhado e se confundido com este espírito ao longo da trajetória do cristianismo. Mas falta-lhes discernimento. Negligenciam o aviso de Paulo onde: “Contudo, os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados” (2Tm 3:13). Eugene Peterson traduz esta passagem da seguinte maneira: “Homens inescrupulosos e traidores continuarão explorando a fé, mas são tão enganados quanto as pessoas que eles enganam.”.

Perversos se refere à malvados, vis, desprezíveis, depravados. Impostores se refere a feiticeiros, mágicos, trapaceiros ou embusteiros. Pessoas que induzem outras ao erro, ou nos termos mais atuais, charlatões. O termo de mal a pior se refere literalmente a “melhorarão no pior”, a mesma motivação de satanás: o engano. Isto explica a eficácia nos seus sermões.

Swindoll lembra-nos para não ficarmos surpresos com o engano, pois ele existe e requer de nós um senso de realidade. Devemos entender e admitir que há uma piora gradual das distorções heréticas. Em nada somos melhores do que nossos antepassados, e a Igreja em nada progrediu, a não ser em suas distorções e desvios. Como diz Swindoll: “Há sabedoria nessa frase concisa. Não se deixe enganar por nenhuma aparência: discurso persuasivo, folhetos atraentes, apoio de celebridades, grandes multidões, lógica convincente, personalidades simpáticas, nem mesmo Bíblias abertas!” Como ainda afirma o autor: as mensagens desses falsos irmãos são “ilusões de papel machê que se desfazem ao menor sinal de estresse […]. Precisamos de músculos espirituais que nos mantenham em pé em tempos difíceis.” Como frisa o teólogo Lewiw Sperry Chafer: “A maior parte de nossas atividades espirituais não passa de anestésico barato para amortecer a dor de uma vida vazia”. Pode ser traduzido na ilustração de como se cozinha uma rã viva, ou seja, não na água fria ou quente, mas na água morna, para que ela não perceba que sua vida esteja sendo ameaçada. Por incrível que pareça, hoje a pregação da cruz não é somente considerada loucura para o mundo, mas também para a igreja contemporânea (inferência do apologeta Steven Lawson).

Mas como diz Frank Viola em seu livro “Reimaginando a Igreja”: “inúmeros cristãos, incluído teólogos, pastores e pesquisadores estão buscando novas maneiras para renovar e reformar a igreja. Outros, já abandonaram por completo o conceito tradicional de igreja ou de reforma coletiva. eles estão convencidos de que a igreja institucional tal qual a conhecemos não é apenas ineficiente, mas é também carente de apoio e de fundamentação bíblicos. Por esta razão, sentem que seria um equívoco tentar reformar ou renovar a presente estrutura eclesiástica justamente porque a estrutura em si é a raiz do problema.” Nesta obra são levantadas pesquisas acerca da igreja como organismo e não organização, e como uma igreja orgânica pode funcionar em pleno século 21. Procura desmitificar a ideia de cristianismo arraigado a uma estruturação organizacional, problematizando questões que têm mais a ver com o desenvolvimento e maturidade do indivíduo enquanto cristão do que minimizar seu compromisso com o Reino reportando suas incumbências às instituições religiosas.

Para isso, não devemos reduzir o cristianismo a códigos ou leis, a discursos ou palavras persuasivas, mas acreditarmos que ele chegou a nós como uma experiência real, como uma nova e substancial qualidade de vida. Ao passo que procuramos entender o quão importante é inclinarmos a esta realidade de vida, passamos a perceber o quão profundo é o combate cristão ao qual estamos verdadeiramente inseridos, onde a alma pende para as coisas do imediato materialista, enquanto que o espírito inclina para as coisas atemporais, não perecíveis. Isto quer dizer que muitas vezes não conseguiremos, de fato, sermos imitadores de Cristo, doando nossas vidas ao próximo, contrariando a lógica humana. Muitas vezes nos sentiremos, de fato, insatisfeitos consigo mesmos, entristecidos pelas nossas limitações, impossibilidades, e circunstâncias às quais nos tornarão presos e arraigados nesta sociabilidade. Mas, como diz o apóstolo inspirado, é através de uma momentânea tristeza de espírito que chegaremos ao discernimento da suficiência de Cristo Jesus se tão somente nos alegrarmos na graça de Deus, e nos privarmos de fazer mal ao próximo, prejudicar nossos irmãos com belos e falsos discursos moralistas, com ingênuos e sutis engodos que não lhes levarão a nada, a não ser mais culpabilidade insana. Se atentarmos-nos tão somente em ajuda-los, quer seja em dádivas materiais, em conselhos dignos de amor, ou até mesmo em oração sincera à Deus, assim estaremos desconstruindo a falsidade religiosa, e abrindo ocasião para que o Espirito nos vivifique diariamente, apagando a cédula de inimizade que temos contra o Todo Poderoso, em Nome do Senhor Jesus Cristo.

Para isso, sem desejar encerrar o assunto, mas aguça-lo no consciente da coletividade, cito um pensamento de Dresden James:

“quando, através das gerações, uma teia de mentiras bem embaladas é gradualmente vendidas para as massas, a verdade aparenta ser completamente irracional e seu porta-voz, um lunático desvairado”.

Textos utilizados para esta reflexão textual:

Bíblia Sagrada – textos das epístolas: 1Jo cap. 3; 2Co cap. 8; 1Ts cap. 1;  2Tm cap. 3; Cl cap. 2. Edição NVI.

Reimaginando a Igreja – Para quem busca mais do que simplesmente um grupo religioso, de FRANK VIOLA. Editora Palavra.

A Igreja Desviada – Um chamado urgente para uma nova reforma, de CHARLES SWINDOLL. Editora Mundo Cristão.

A Falência dos Deuses – A idolatria moderna e a missão cristã, de VINOTH RAMACHANDRA. Editora ABU.

A Igreja na Cultura Emergente – Cinco pontos de vista, de LEONARD SWETT (org.). Editora Vida.

 

Entre o real e o virtual, escrever afinal não faz nem um mal. Mesmo assim, aí vai meu sinal, pra você, leitor, que não quer só o trivial, e sim o que vai além, o transcendental, o total, o essencial. Embarque nessa trip, e vamos juntos, vamos fundo nessa aventura. Fique à vontade, a casa é sua!

 

Eder Silva é turismólogo (UP, 1999-2002) e, especialista em Sociologia Política (UFPR, 2011-12). Este artigo reflete as opiniões do autor, cabendo ao leitor refletir e avaliar as aplicações contidas.

 

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